Com a força de mais de 25 mil pessoas mobilizadas nesta campanha, conseguimos aprovação do projeto de Lei 2325/21, que elimina a legítima defesa de honra em casos de violência de gênero!






Aproveitando a repercussão do caso Mari Ferrer, colocamos no ar uma campanha pela aprovação, no Senado, do PL 2325/21, que elimina a legítima defesa da honra como recurso argumentativo em casos de violência de gênero. Apesar de o Supremo Tribunal Federal (STF) ter se posicionado, em 2021, com relação à inconstitucionalidade dessa tese, nos mobilizamos para excluir a legítima defesa da honra e transformá-la em uma norma que deve ser cumprida obrigatoriamente.

A justiça brasileira até pouco tempo permitia esse recurso argumentativo que transforma as vítimas de violência de gênero nas próprias culpadas: usando a ideia de "legítima defesa da honra”, supostas traições e comportamentos promíscuos das vítimas são usados como argumentos jurídicos para deslegitimá-las.

Mais de 25 mil pessoas se engajaram e, em julho de 2022, a lei foi aprovada no Senado. Agora, ela retornou à Câmara, onde aguarda votação, aprovação e, posteriormente, a sanção do presidente eleito Lula. O Mapa do Acolhimento segue acompanhando os desdobramentos do PL - e vamos avisar você assim que acharmos novas formas de incidir sobre essa pauta tão importante.







Feminicídio não se comete por amor

Muitas mulheres no Brasil já foram vítimas da aplicação dessa tese nos tribunais, como é o caso notório do assassinato de Ângela Diniz, um feminicídio que foi considerado um "crime de amor". Não podemos deixar que mais casos de violência sejam encobertos!





O argumento da defesa da honra contribui para a violência contra as mulheres

A legítima defesa é uma tese jurídica que abrange uma situação excepcional em que se admite o afastamento da aplicação da lei penal. A legítima defesa da honra é uma distorção dessa tese para justificar os crimes cometidos por agressores em casos de traição, o que contribui para o crescimento da violência contra a mulher.










Esse é um recurso jurássico!

O entendimento de que os agressores podem justificar a violência que cometem contra as mulheres para defenderem a sua "honra" é totalmente discriminatório, além de resquício do período colonial Brasileiro, em que a honra era um bem jurídico exclusivo dos homens e por isso era aceitável o comportamento do agressor, de assassinar ou agredir sua parceira, caso ela cometesse alguma conduta que pudesse ferir sua “honra”.